Roberto Paulino, a sua história com o MDB e a estranha decisão de contrariar o partido

Por Wellington Farias


O ex-governador Roberto Paulino (MDB) está “um pote até aqui de mágoas”, como diz a poesia do consagrado Chico Buarque.

Ao comentar o fato de ter sido defenestrado da Vice-Presidência Estadual do seu partido, ele deixou transparecer que está “porraqui” com a direção da legenda. Paulino foi afastado pelo comando nacional do MDB. Mas garante que vai voltar ao comando.

Ninguém tem o DNA mais emedebista do que Roberto Paulino. Pelo menos na Paraíba, não tem. Também é fato que, nos arquivos emedebistas, poucos têm uma ficha tão honrada quanto à dele.

O comandante-chefe do histórico Vermelhão de Guarabira é, merecidamente, um dos homens mais respeitados da política da Paraíba; dos mais queridos, também.

P’ra resumir: pela sua grandeza de coração e alma, o ex-prefeito de Guarabira e ex-governador Roberto Paulino é merecedor de elogios que nem sempre cabem aos políticos.

 

Fidelidade
Como emedebista histórico, Roberto Paulino tem a marca da fidelidade partidária. Só não era mais emedebista do que Ulysses Silveira Guimarães, o Doutor Ulysses, porque não poderia sê-lo.

Uma marca registrada que parecia indelével. Mas o tempo mostrou que nem tanto...

Embora nunca alguém imaginasse tão fácil, de repente, Paulino resolveu não seguir a orientação da cúpula partidária: em vez de apoiar a pré-candidatura própria do MDB, ele preferiu ficar com o adversário do partido, o governador João Azevêdo (PSB).

Como assim?
O que até hoje não está satisfatoriamente explicado é: o que levou Roberto Paulino, de tanta tradição emedebista, a romper com a determinação partidária?

Por que tendo o partido dele uma candidatura própria, Roberto resolveu se juntar a João Azevêdo?

João que, do ponto de vista político, não tem história nenhuma com ele nem com o MDB; nem teve com José Maranhão, Antônio Mariz, Humberto Lucena e tantos outros?

Onde estão a razão e a lógica de Paulino dar as costas ao seu partido?

Debilidade
Se porventura a desculpa for de que já tinha compromisso com João, como têm alegado seus aliados, este argumento tem a consistência de uma bolha de sabão, por falta de lógica.

A história de Paulino com o MDB não permite argumentos de tamanha fragilidade. Afinal, nunca – em tempo algum – Paulino jamais pôs à frente dos interesses do MDB qualquer compromisso, com quem quer que fosse.

Bom, seja quais forem os motivos – confessos, ou não – para esta surpreendente decisão de Paulino, uma coisa é certa:

João e seu governo passarão muito rápido.

Roberto Paulino e o MDB têm uma relação umbilical que promete durar até o tumulo.

Se é que ainda tem...

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