
Por Djair Alexandre
É fato e incontestável: o governo Bolsonaro é o maior desastre econômico da história da República. Com a inflação nas alturas e o real desvalorizado, o plano econômico de Bolsonaro causou a falência da economia brasileira.
E não poderia dar certo desde o começo. Retirando bilhões do orçamento público, era óbvio que a proposta de diminuir a circulação de renda derrubaria ainda mais o consumo. Enquanto Bolsonaro anunciava cortes em investimento público, Donald Trump anunciava nos Estados Unidos o aumento de um trilhão de dólares para enfrentar a recessão.
Só no mundo imaginário de Bolsonaro uma recessão se enfrenta diminuindo o investimento de impostos na rede pública. Ainda por cima a desregulamentação das leis trabalhistas diminuía também o consumo via privado.
Então, a matemática Bolsonaro/Guedes foi esta: reduzir o consumo e a circulação de riqueza via setor público e via setor privado para salvar a economia. O que leva a crer que o objetivo era quebrar o Brasil para o sistema financeiro enfim atacar o patrimônio da classe média. Mas vamos acreditar que este não era o acaso.
Com juros mais altos, uma classe média cada vez mais atolada em dívidas, e empresa fechando aos montes, o custo de vida aumentou de uma maneira estratosférica. A indústria brasileira fiadora do projeto em 2018 foi a primeira a ser traída.
O ministro Paulo Guedes, com a alegação de acabar com o protecionismo e (pasmem!) privilégios, desmantelou a espinha dorsal da indústria brasileira para tornar o país unicamente de importação. E com isso o aumento de caixa das companhias internacionais melhorou, transformando o Ministro no empregado do ano.
Se contratos são instrumentos de circulação de riqueza, como pensar que destruí-los seja no mercado público, seja no mercado privado, poderia ser uma boa ideia?
Por exemplo, quais as instituições públicas que mais compravam e injetavam dinheiro na economia? As Forças Armadas, depois as Universidades Federais, Institutos Federais e seguem outros organismos públicos. Bolsonaro só não acabou com o primeiro. Reduziu o investimento público ao ponto de parar completamente a máquina, milhares de fornecedores públicos fecharam as portas: varejistas, atacadista e fabricantes. Reduziu drasticamente o consumo via setor público.
No setor privado tivemos um enfraquecimento do mercado de trabalho, com salários menores e menos direitos. Este processo reduziu o consumo também.
O bolsonarismo tem um patriotismo aparente e primitivo. Alega que o Estado deve ser mínimo como nos EUA. Desconhecem completamente, entretanto, o volume de investimento público que os norte americanos aplicam nas Forças Armadas, superando de longe todo investimento que temos nas nossas FAs, UFs, IFs e outros.
Só o orçamento da defesa norte americana foi de 721 bilhões de dólares. O orçamento do Ministério da Desfase brasileiro vai aplicar 3% deste montante. O parâmetro correto não é ser tudo privado, mas o volume de circulação de riqueza via setor público. O Estado pode até ser mínimo se o dinheiro chega na sociedade, por exemplo, através das Forças Armadas. Bolsonaro bateu continência para bandeira americana por defender as companhias deles no lugar do Estado brasileiro. É diferente.
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